segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Impacto da DILLY no estilo de vida da sociedade santoestevense

A economia de Santo Estêvão sempre foi voltada para a agricultura, na quase totalidade em quatro produtos básicos: fumo, feijão, milho e mandioca. A terra que não era trabalhada para a atividade agrícola, era voltada para a pastagem de gado, também conta-se com a criação de ovinos, caprinos, suínos, aves e pescados.
Porém o fumo foi sempre o mais tradicional e que mais se destacou na parte financeira dos produtos cultivados no município. A zona rural sempre foi bastante povoada, motivo que fazia o município ser eminentemente agrícola, o que conseqüentemente fazia o homem se prender à terra.
A feira-livre no século passado era realizada aos domingos, ao lado da Igreja Matriz, onde também se encontrava o antigo cemitério, até quando foi construída a Praça Sete de Setembro, juntamente com a construção do Mercado Municipal em 1924, pelo Intendente Temístocles Pires de Cerqueira, cuja finalidade era o assentamento das feiras-livres, mas só a partir de 1935 a feira-livre principal passou a ser realizada aos sábados, permanecendo até hoje. O dia de sábado, portanto continua sendo o maior dia de expressão comercial do município, o dia de negócios, entretenimento e relacionamento social.
Em 1999 começou a construção da fábrica de calçados Dylly Nordeste, que em 01 de janeiro de 2010 mudou a razão social para Dass Nordeste Calçados e Artigos Esportivos Ltda. que trouxe esperança de melhores condições econômicas para o município e oportunidade de emprego para a população jovem. Essa indústria passou a mudar a cara do comércio, com o seu funcionamento a partir do ano de 2001. Nesses dez anos, 8.765 funcionários já passaram por ela. Hoje, o número ativo de funcionários é de 2.886, injetando, aproximadamente, dois milhões de reais que passaram a aquecer os diversos setores da economia em todo o município, fortalecendo de forma impressionante o crescimento do comércio.
A Dass supera o número dos servidores públicos municipal que é de 1500, com uma Folha de Pagamento que apresenta um custo total de 1,8 milhão de reais, conforme dados fornecidos pelo Diretor de Recursos Humanos, Carlos César Invenção dos Santos.
Com essa renda circulando, o comércio local sofreu um estímulo quantitativo na rede de estabelecimentos comerciais, atingindo uma margem de 370% em crescimento - (395 casas comerciais em 2001 para 1.475 em 2011), conforme dados fornecidos pelo Diretor de Tributos do Município Antônio Marcos de Souza Gomes. Este crescimento interno tem atraindo investidores de outros municípios com o surgimento de novas lojas (Real Calçados, Todo Dia, G Barbosa, Motopel, Guaibim, Cometa Calçados).
Com a chegada da fábrica, a forma de vida da população foi transformada, aumentando o crescimento urbano que era de 7.745 lotes registrados em 2001, para 11.000 em 2011, aumentando a construção civil, fortalecendo assim, o ramo de material de construção, gerando mais empregos diretos e indiretos e melhor distribuição de renda para a população.
O número de veículos na cidade aumentou consideravelmente, principalmente o de moto, chegando a vender cerca de 120 motos por mês pela Motopel, conforme dados fornecidos pelo funcionário da área de vendas Gildásio Gomes de Sena, sem falar o número de casas de peças para moto.
Essa economia influencia o próprio estilo de vida da população, como a forma de se vestir, de cuidar da estética corporal, freqüentar festas particulares, formas de lazer, viagens, visitações a espaços públicos, passeios e etc.
Um ponto que chama a atenção é a escassez de fornecedores de mão-de-obra na área de construção civil como: pedreiro, carpinteiro, marceneiro devido a fabrica, o jovem adolescente que tem o talento e dom da profissão que muitas vezes tem o pai ou irmão mais velho como exemplo, ao contrario, já cresce com o desejo de trabalhar na fábrica.




Entrevista:

Nome: Ildo Rodrigues Oliveira
Profissão: Professor

“...provavelmente eu não teria entrado na faculdade se a fábrica Dilly chegasse antes de 1998, por que ocupa a maior parte do tempo, quando você não está trabalhando, você está em casa descansando por se tratar de um trabalho repetitivo de mais, exige não só do físico mais do psicológico também. Antes da Dilly eu sentia um certo medo do desemprego, eu acredito que todo mundo, tanto que se pensavam em ir para outros lugares. Depois da fábrica, chegaram alunos para mim dizendo: oh professor é o seguinte, eu não vou estudar não, por que ruim por ruim eu vou pra fábrica... Com isso acomodou os alunos, sendo um ponto negativo para educação. Já vi muitos alunos meus dizer que compraram histórico escolar, e não compram aqui em Santo Estevão e comentam até o valor...”

Nome: Carlos César Invenção dos Santos
Profissão: Professor / Diretor de Recursos Humanos

"Os reflexos visíveis que aconteceram na cidade devido a presença da fábrica são as mudanças nas relações estruturais (organização pública), sociais, comportamentais (dos hábitos da juventude que era ociosa e as normas do trabalho lhe impuseram outros ritmos de vida), e ate de identidade funcional: (alguém que não era ninguém passou a exibir uma farda e poder dizer: trabalho – posso abri um crediário...). A população passou a enxergar o surgimento de outra sociedade nascida dos mesmos sujeitos e somados a outros."

Nome: Edilson Machado
Profissão: Supervisor de Montagem da Empresa DASS

"Quando entrei na fábrica eu tinha 24 anos. A visão que eu tinha de fábrica era muito pouca na realidade nunca tinha entrado em uma fábrica. Todo emprego tem seus momentos de desanimo, dificuldade, stress e na fábrica não é diferente. Sim deixou a desejar alguns benefícios que são oferecidos no Sul, por exemplo. Mas eu entendo que a fábrica não veio para a cidade com o intuito de concorrer com os outros setores comerciais do município, mais importante é que diferente de outros empregos, nesses meus dez anos de fábrica nunca se atrasou salário de funcionário podendo o mesmo fazer e assumir compromisso. Além disso, a oportunidade que ela oferece economicamente para poder comprar mais, viajar mais, dinheiro para poder pagar uma faculdade que é meu caso, você pode ver que praticamente todo funcionário tem veiculo (carro, moto), muitos conseguiram sua casa através do salário dela então é um ponto positivo."

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ORIGEM DAS CASAS DA VILA

No ano de 1739, acossado pela seca padre José da Costa de Almeida, abandonou suas terras e veio instalar-se nas proximidades do Riacho Salgado, onde construiu uma humilde casa para morar, um curral e uma capela, trazendo consigo uma imagem de Santo Estevão, seu santo de orações que deu nome a nossa terra. Devido ao local apropriado e de fácil acesso conseguiu reunir pessoas que antes andavam léguas para terem acesso a freguesias mais próxima que era a de Cachoeira ou Itapororocas. A parti daí o padre deu permissão para que os fazendeiros construíssem casas de pouso no adro da fazenda (ao redor da capela). Essas casas eram usadas pelos fazendeiros e suas famílias nas épocas dos festejos religiosos (casamentos, batizados, natal, quaresma etc.). Com o passar do tempo os fazendeiros colocaram rendeiros para morar em suas casas de pouso e assim contribuindo para o povoamento e surgimento do comercio.







Ainda hoje na Praça da Bandeira popular Praça da Lua, percebe-se através das casas em meia parede, do tamanho das casas, do telhado único que ainda prevalece em muitas delas a arquitetura e a organização em circulo ao redor da Igreja Matriz.

“RUA DAS QUINZE”


Rua Genésio Cardoso conhecida como Rua das Quinze, pelo fato de no século XVIII, nos meados do ano 1751, com o crescimento da vila de Santo Estevam do Jacuhype (como era chamado antigamente), foi necessário a organização da vila com aberturas de ruas. Abriu-se então a primeira rua que dava acesso as fazendas, em seguida a segunda rua que dava acesso as outras freguesias. Daí então surgiu a terceira rua que ficava um pouco mais isolada da capela e de todo o trajeto do comercio. Nessa rua foram construídas exatamente quinze casas, dando origem ao nome popular Rua das Quinze.

Por ser a rua mais isolada da época começou a ser usada como prostíbulo por mulheres que eram deserdadas da família e precisavam se sustentar.






“CEMITÉRIO VELHO”

Cemitério Santo Estevão conhecido como Cemitério Velho, termo errado de ser usado motivo qual outro cemitério antes dele já existiu.


A nossa maior prova disso, se da através do achado de ossos na Praça da Bandeira, ao lado direito da Igreja Matriz, pois ali era o cemitério da vila, ou seja, o primeiro cemitério.







Foi comprovada sua existência pelas anotações contidas nos registros de óbitos datados a partir de 1752, feitos de punho pelo padre Antonio Rodrigues Nogueira e padres que o sucederam.















E a ossada, foi Comprovada sua autenticidade pelo documento emitido através da USP-Universidade de São Paulo.

ESQUEMA GRÁFICO ANIMADO

Ola galera! Através desse esboço animado tentaremos concretizar a idéia de como se deu o surgimento da vila de Santo Estevam do Jacuhype (formas e posições das casas), como a Rua Genésio Cardoso, ficou conhecida pelo nome popular “Rua das Quinze” e o lugar onde foi o primeiro cemitério.

Espero que o esquema passe um bom esclarecimento da formação. Deixe seu comentário.